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Projeto de financiamento parcial das cerimônias do 2 de Fereveiro do Nzó Musambu riá Kukuetu, com objetivos específicos de promover a 36ª edição do Balaio de Kaiá, ato público de nossa comunidade em Camburi; apoiar a Festa de Kaiá, cerimônia aberta em nosso templo; promover intercâmbio continuado com as Senhoras do Dendê; e visibilizar a tradição do culto às Águas e ao matriarcado.
Descrição
Para adentrar nosso projeto, é fundamental lembrar, primeiro, daqueles que vieram antes de nós e nos legaram os saberes da tradição, herdados de África e desenvolvidos ao longo dos séculos nos choques culturais brasileiros. O candomblé, em especial nossa raiz Angola Congo, reconhece a preeminência das vidas que, de várias formas, ainda nos acompanham e por isso mantemos os rituais que aprendemos de nossos antepassados para cultuar a prosperidade e a proteção do mar.O candomblé é uma religião brasileira e deveria ser encarada pelos agentes da máquina pública como parte integrante e representante do mosaico das culturas tradicionais brasileiras. Apesar de, no mundo, no país e em nosso Espírito Santo, existirem diferentes modos de se ligar ao divino, que não necessariamente passam pelo cristianismo, reconhecemos no culto às águas e na sabedoria do matriarcado agentes mediadores da União de Todas as Nações. Vemos a diversidade do povo brasileiro em nossos terreiros, em nossa gente e naqueles que nos buscam. Assim, nossas oferendas se direcionam a nós por sermos responsáveis por guardar a tradição, porém nossa intenção é, desde sempre, o bem coletivo, a harmonia dos povos e, hoje, o retorno aos modos de vida sustentáveis em nosso planeta.
Comecei a oferecer presentes em gratidão à minha mãe muito antes de chegar à Vitória, em 1982; já no ano seguinte entreguei às águas de Camburi o primeiro balaio de minha comunidade, de uma das primeiras barragens lá construídas, que ainda estava ainda incompleta. A partir de 1999, busquei resgatar junto a outras comunidades de terreiro, com apoio da Fafi, o significado do 2 de fevereiro e das oferendas à Divindade das Águas Salgadas nesse dia, que de alguma forma parecia se fundir aos rituais da virada de ano. Hoje, o 2 de fevereiro é celebrado em toda a região metropolitana, ainda que algumas casas prefiram levar suas oferendas aos pés do monumento em Camburi para que minha família as entregue a mama Kaiá.
Mais uma vez, agora a 36ª, levaremos as oferendas de Vitória em gratidão pelas bênçãos da Rainha do Mar, com a proteção de minha Mãe e de todos os Minkisi. Dessa vez, pretendemos trazer as Senhoras do Dendê, das comunidades remanescentes quilombolas do Sapê do Norte, que tão calorosamente nos receberam com seu projeto “Quilombo, Candomblé e Umbanda Azeitando suas Relações” (link ao lado), para conhecer um pouco de nossas cerimônias à minha mãe Kaiá.
O candomblé é uma religião que preza fundamentalmente pela harmonia entre os seres e respeita os processos naturais do mundo. O alimento que diariamente sustenta nossa vida é gerado naturalmente, mas cabe ao ser humano a sabedoria para cultivar o que lhe é dado de bom grado. Por isso, para nós, é natural devolver ao menos símbolos das riquezas que o meio ambiente incessantemente nos dá. Num momento em que vemos tantos direitos sendo cerceados de tantas direções, venho solicitar apoio financeiro do Funcultura às cerimônias do 2 de fevereiro.
Vídeos
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Prece de mam'etu Kilunji e makó
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Sacerdotes recolhem as oferendas ao pés da Rainha do Mar
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Mam'etu Kilunji entrega a oferenda à Saúde